quarta-feira, 6 de abril de 2011

MIRA LAMBROSO; ME QUEDO SIN PALABRAS!

Teophanio Lambroso, renomado pharmaceutico de poetas,
recomenda bula e remédio para poetas com minhoquices na cabeça e palavra
arrevesada, e mui justamente me cita – do que me penitencio, ó Teophanio!
(Se ele soubesse que eu tenho uma irmã de estalo, rica e solteira, ficava calado!).
Vale a pena espreitar a acusação, na Desinformação Selectiva
O remédio que ele me aplica vai em baixo:


o remédio de Lambroso: que pena não serem supositórios
A bula pago-a já, com gosto:
A BULA, A MULA E  A MUSA

Escrevi este poema embalado
pelo remorso de ter fracassado
em dois torneios de bilhar
em Capetown, desconcentrado
por mil passeatas no mar
com uma suspicaz londrina
que me deixou a Xanax
e a suminhos de ananás.

Foi tão brutal a minha sina
que fez-se luz: só se dessoldaria
a minha língua da grande concha
de tão sensual ondina,
se embebesse fundo o aparo
na inflamação das cicatrizes
e delas fosse aprendiz.

Não volta a crescer o rabo
da lagartixa amputada?
A coisa é mais política
do que parece e discrimina.
Caído na esparrela, breve
me vi desalojado da rotina
de tão cínica cadela.

Foi então que li - a vingança
serve-se fria, Ó Lúbrica! -
sobre a nova face da pirataria
em Madagáscar e topei
ali o que me salvaria. Tinham
os seus cientistas modificado
o ADN humano: o plácido recto,
numa simetria invertida,
restituía, agora melhorado,
pedaços da terra prometida,
tudo o que fora consumido.

A boca ingeria um ovo e o ânus
evacuava galinha da índia.
Poucos na ilha arriscavam trinchar
um nico de entrecosto: tal seria
pior que parir uma profecia.

Já a ignota ilha remodelara
o seu mundo, dispensando as fezes
e o pesado fado escatológico
que até a Cristo molestara. E se
comer salada podia ser uma maçada
sinónima de jardim público,
pelo contrário, a corno que ingerisse
o seu próprio e recortado chifre
(mete o rabo para fora, mima o esforço de cagar)
 era dado o dom de obrar a amada.

Depois dum pratalhão de pistache
e de duas beers indonésias,
na Praça da Independência, vi a malgaxe
d’olhos verdes, a sua alameda de frésias.

No quarto 324 do White Palace me lhe fui
à blusa e tirei-lha, no rompante de abrir
um fruto. Em dificultosa esgrima
(contradições de ser musa)
tive de lubrificar-lhe o atributo.
A musa de imediato me cedeu a rima,
as pobres e as de luxo, tendo até mais
prometido envenenar com estricnina
uma depravada por página,
e isto antes de eu, lampeiro, enfiar o dente
no meu chifre, moendo-o desvelada,
pausadamente. E mais não digo:
sa-iu-me a mula encadernada.

2 comentários:

  1. Cadê a BULA????!!!!! kkkkkkk
    Que revertério espetacular, esse dos cientistas malucos de Madagáscar! Vou comer sopa de letrinhas para ver no que dá! kkkk Quem sabe as bichinhas se ajeitem melhor sob a minha pena e eu me aproxime um pouquinho da competência de escriba de António Cabrita!!! kkkkk
    O bicho “tá pegando” lá no Teopha, só por causa desse VIDE BULA que o delicioso irônico inventou. Ele é um colocador de chifres em cabeça de cavalo, agora tem que aguentar! kkkkkk
    Beijo, muitos!

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