sexta-feira, 21 de outubro de 2011

os demónios interiores

res


Diálogo encontrado na última página de um livro sobre zen:

- Onde estão os ácaros durante o orgasmo?
Quando se ilumina isto
a nossa vida adquire uma nova força,
que agrafa no hipotálamo o alfabeto da alegria.
- Pois, peut-être, mas entretanto
se eu não posso olhar
a minha morte,
como saber se ja não estou morto?
- Olha, ata uma lata
de cerveja à cauda de um cavalo,
se a ouvires rabiar no asfalto
estarás vivo.
- Sei lá, a minha vida
está cheia de demónios.
qual deles não me ilude?
- O que te apontar a lua não te ilude,
pois esse é o licantropo.
- É grande a tua compaixão,
cativas-me com o ácaro
para me atirares para os braços do licantropo.
- Na geometria  uma sucessão
de pontos forma uma linha
mas nao  é obrigatorio
que todos os pontos
tenham o mesmo tamanho.
- Como é que consegues
estar sempre à rédea solta?
- O importante é não ter
nenhuma meta para o espírito,
só assim a onda atravessa o oceano.
- Mas, olha, a prática, a repetição,
é necessária para tudo,
senão no orgasmo
o ácaro não alcançava o satori.

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