segunda-feira, 17 de outubro de 2011

PENSAMENTO NA BANHEIRA & HAIKUS OCIDENTAIS


jack kerouac

 Meu Deus, ia-me dando uma coisinha má. Estou num cibercafe, e fui buscar a imagem do Kerouc ao google e gravei a coisa no my pictures. Quando agora abri a pasta para colar a imagem aqui o my pictures estava cheio de imagens escaldantes de mulheres magnificas e rigorosamente peladas, e nem sei como resisti à tentaçao de em vez dum retrato do autor dos haikus colocar um grande plano de uma "flor carnivora". Ficam a saber, o Jack olha para off, para o vértice onde na mente humana pernas e águas de abril confluem. Nao digam que nao avisei.
As versões são minhas. 


Os elefantes mastigam
a erva – amoroso
tête à tête.


Pode o tempo partir o rochedo?
Há-de o mármore rachar,
o diamante há-de morrer.


As águas vêm
as águas vieram -
isto é a eternidade.


Balança a cadeira
de Verão sozinha
durante o grande nevão.


Inútil, inservível,
intenta o aguaceiro
perfurar o mar.


No armário dos remédios,
as moscas do inverno
morreram de velhas.


Não mais que um segundo:
a lua teve um airoso
bigode de gato.


As contas do amuleto africano
       sobre o Manual Zen –
que frio nos joelhos!


Escuta o canto dos pássaros,
todos os pequenos passaritos
que um dia acordarão mortos.


Plácido entardecer de Julho
          - uma enorme rã
no umbral da minha porta.


PENSAMENTO NA BANHEIRA

Uma rocha é como o espaço
porque ela não se move:
o espaço é como uma rocha
porque está vazio.







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