quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

FATIAS DE HUGO GRATINADAS

aguarela de victor hugo



André du Bouchet e Salah Stétié pegaram na obra de Victor Hugo e condensaram-na em algumas gemas. Do livro deste último, Hugo? Oui, Hugo, retiro estas.


Onde brilha o olhar que engasta o diamante?

O meu ruge-ruge na erva deixa os mortos eufóricos

O enigma da tua mão retirada da minha mão

Morre o homem quando Deus dobra a página de um livro

Eis-nos rastejantes, pássaros apanhados pela rede do ser

À serpente desconhecida que lambe as estrelas

Este homem chega a nós da parte do deserto

O cedro não sente a rosa na sua base, assim lhe era indiferente a mulher a seus pés

Estava-se na hora tranquila em que os leões vão beber

E fareja a enorme negridão meio de matar a estrela

Ela tinha um espelho que nunca havia sorrido

Um comerciante do sagrado vende a sua podridão ao morto

Todo o mar parecia flutuar nos seus cabelos

E tombarão os astros como figos maduros

Ver uma rosa a abrir é um dever profundo

O infinito deixava-se empurrar como uma porta

Os falsos deuses deixaram por todo o lado a sua cicatriz

Apalpo na noite este muro, a eternidade

A condensação do anjo produz o homem

Estes olhos misteriosos abertos sobre troncos de árvores

A morte e a beleza são duas coisas profundas

Eis de pé a pedra sobre a colina verde

Um gato, os seus olhos de topázio queimado

A China é um pedaço da lua tombado

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