segunda-feira, 4 de junho de 2012

A TOILETTE DO MORTO


Talvez à morte de David Carradine só o Colombo
a pudesse desvendar    O aparato daquele fim (digno
de um remake de Kill Bill) intercepta
a minha desairosa  vida,   deita de borco

as mais ousadas fantasias e mina-me os perímetros
da memória   Antes de Abril  que houve
além da série Kung Fu e do longo beijo falhado
a um enxame de raparigas que depois de mim odiaram

incansavelmente a poesia? Só hoje me contaram,
neste meu ermo mundo,  enforcado num nó de ar
quase corrediço   Por acidente dizem, uma corda

atando pescoço e pechota, dois caules que só diferem
na corola   Cingiu-se aos parâmetros de um errante
observador de aves,  a asa encontrou a água

2 comentários:

  1. A história é ainda mais sórdida... o final é apenas uma cereja envenenada em cima de um bolo pôdre...
    Ele ficou famoso e rico com a série televisiva que tocou a nossa geração e colou-se-lhe aquela imagem do oriental-saudável e filosófico. Ele viveu toda a vida a vender essa imagem, tinha programas de taoismo na televisão, de cozinha vegetariana etc

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  2. Mas ele era alcoólico, toxicodependente, amante de junk-food e... totalmente perdido na vida!! Viveu uma vida de mentira, nunca pode ser ele. Na altura tínhamos menos informação sobre a vida privada das figuras públicas... era muito mais fácil ocultar este tipo de coisa...

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